Confira nossas matérias:

Juiz de Fora
Circuito Caminho Novo
Muitas são as definições para Juiz de Fora: Princesa, Manchester, Farol... Todas revelam o carinho e orgulho daqueles que a escolheram como lar e construíram e constróem sua história a cada dia. Demonstram a vocação desta cidade mineira, nascida para o progresso, referência de arrojo e dinamismo......
Ler Matéria

Sabará
Circuito do Ouro
Muitas eram as lendas que habitavam o imaginário dos primeiros exploradores que penetraram o Brasil. No território onde hoje está Minas Gerais, um lugar em especial chamava a atenção e atiçava a cobiça daqueles homens. Uma serra de nome Sabarabuçu, repleta de ouro e pedras preciosas das mais diversas cores....
Ler Matéria

Parque Estadual do Rio Preto
Região Central
Onde termina a sina cruel do ouro e dos diamantes, começa um paraíso. No marco final da Estrada Real está um dos parques mais recônditos de Minas Gerais. Escondido entre as montanhas de uma porção muito especial da Serra do Espinhaço, o Rio Preto desenha um cenário de sonhos, repleto de corredeiras, cachoeiras, mirantes......
Ler Matéria
Você está na seção Estrada Real - Apresentação


História | Cidades da Estrada Real | Rotas Mapeadas | Encontrar 


 

Estrada Real


Texto e fotografia (exceto as creditadas): Marcelo JB Resende
Reprodução proibida


     Um caminho para o desconhecido, para o fausto, para uma terra que cintilava ouro e diamantes. Assim foi a Estrada Real, rota oficial criada nos séculos XVII e XVIII para escoar as riquezas e abastecer as Minas Gerais. São mais de 1.630 quilômetros, num dos maiores roteiros turísticos do Brasil, abrangendo 177 cidades em três estados: Minas Gerais (162), Rio de Janeiro (8) e São Paulo (7).

 

Três vertentes compõem a Estrada Real: o Caminho Velho (que começa em Paraty - RJ e coincide em parte com a antiga rota dos primeiros bandeirantes paulistas); o Caminho Novo (trajeto mais curto entre o porto do Rio de Janeiro e a antiga Vila Rica - hoje Ouro Preto); e o Caminho dos Diamantes, um prolongamento de Ouro Preto até Diamantina, mais ao norte. Uma quarta vertente - menor - é o Caminho de Sabarabuçu (ligando Ouro Preto a Sabará e Caeté), que pode ser interpretado como uma variante do Caminho Velho.

Durante um século estes caminhos foram os mais importantes e vigiados do Brasil colônia, com rígido controle pela Coroa Portuguesa. Numa direção desciam para o além-mar ouro, diamantes e pedras preciosas. Noutra chegavam artigos de primeira necessidade e produtos sofisticados vindos da Europa, além de ideias, cultura, artes, escravos, esperança e tristeza... Tudo num ambiente de desconfianças, cobiça, ambição, traições e inconfidências... Era a aventura de um verdadeira eldorado...

 
Trecho original da Estrada Real, na Serra de Ouro Branco (MG), que hoje foi tomado pela mata (foto da década de 1990).

Com o fim do Ciclo do Ouro, entre o final do séc. XVIII e início do séc. XIX, a Estrada Real perdeu sua importância e solenidade, tendo seu traçado sofrido várias modificações. No seu leito foram cruzando outros caminhos, surgindo ramificações, prosaicas estradas de chão batido e importantes rodovias pavimentadas. A BR040, por exemplo, que liga o Rio de Janeiro a Brasília, tem, até Belo Horizonte, vários trechos que coincidem com o leito original do Caminho Novo.

 

Ao contrário das cidades mineiras - que com o fim do ouro cairam no esquecimento e assim foram preservadas -, o mesmo não se pode dizer da Estrada Real. Muitas de suas passagens foram apagadas pelo tempo, umas até retomadas pela natureza. Muitos a percorriam se sem dar conta da história impregnada naquele chão. Esta situação de abandono permaneceu até o fim da década de 1990, com o aparecimento de iniciativas que procuraram resgatar as histórias e mapear o que restou deste antigo caminho.

    Da história para o turismo

Hoje a Estrada Real desponta como um promissor produto turístico para o Brasil. Vivenciá-la é uma experiência extraordinária e envolvente para o turista que pode, num só trajeto, explorar a exuberante Mata Atlântica, transpor a muralha da Serra do Mar, adentrar pela Serra da Mantiqueira até enfim devassar a Serra do Espinhaço. No percurso fazendas, paisagens rurais, plantações, mirantes, histórias, belíssimas cachoeiras, gente pacata e hospitaleira, pesadas pontes de pedra, sabores, a cachaça e a culinária mineiras. Como acompanhante permanente o constante pensamento de que por aqueles mesmos caminhos pisaram figuras históricas (Tiradentes, dom Pedro II, Fernão Dias, Bartolomeu Bueno, Borba Gato, guerreiros indígenas...) e renomados artistas (Aleijadinho, mestre Ataíde...). Fora o exército de milhares de anônimos que encontraram nas Minas Gerais fortuna e desgraça, liberdade e escravidão, vida e morte em seu estado bruto.


   



















© 2015 - Idas Brasil - Todos os Direitos Reservados