Fonte: INPE
 

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Há tempos apreciada...

Texto e fotografia (exceto as creditadas): Marcelo JB Resende. Reprodução proibida.

O sul foi a porta de entrada dos primeiros exploradores de Minas, já no final do século XVI. Eles procuravam ouro, pedras e índios. As águas da região não foram suficientes para arrefecer a sede e a ambição dos primeiros mineiros. Ironicamente seriam usadas, séculos mais tarde, para trazer alívio aos viajantes, que não procuravam mais ouro, e sim e tão somente o bem-estar.

A história de Cambuquira se confunde com a das outras cidades do Circuito das Águas. O achamento das fontes, fator preponderante para surgimento de aglomerações urbanas, se dava por acaso. Pouco a pouco seus descobridores percebiam que aquelas seivas, que vertiam da terra, não serviam apenas para saciar a sede, mas também para curar o corpo. No caso específico de Cambuquira, existia ali, provavelmente na primeira metade do século XIX, a fazenda Boa Vista, vasta propriedade que pertencia a três irmãs solteiras: Ana, Joana e Francisca da Silva Goulart. Como não tinham herdeiros diretos, deixaram as terras para os escravos. A parte central da fazenda coincide hoje com área urbana de Cambuquira.

 
Clique para ampliar - cópia proibidaParque das Águas (início do séc. XX).

Clique para ampliar - cópia proibidaque das Águas (início do séc. XX).

Descoberta a especialidade das fontes, um surto tomou conta da região, que mais tarde seria denominada "Circuito das Águas". Numa época de poucos remédios a esperança de cura nas águas milagrosas fervilhava. O movimento lembrava um pouco, resguardando as devidas proporções e ambições, o descobrimento das minas de ouro mais ao norte, na região de Sabará, Mariana e Ouro Preto. A notícia corria rápido. Em vez de enriquecer, as pessoas que visitavam o sul do estado procuravam mais saúde e qualidade de vida. Ainda hoje é assim...

 

Os escravos, donos legítimos daquele solo, opuseram-se com fervor à chegada dos forasteiros. Temiam perder a posse da fazenda, o que acabaria acontecendo em 1861, com a desapropriação decretada pela Câmara Municipal de Campanha, vila que tinha jurisdição sobre as terras. Com os 800 mil réis que receberam de indenização os escravos compraram novo terreno no local conhecido como Marimbeiro.


Clique para ampliar - cópia proibidaTítulo recebido pela água de Cambuquira em Bruxelas (Bélgica - 1910).

Clique para ampliar - cópia proibidaDesça esses degraus e se delicie com a melhor água do Brasil.
 

Cambuquira, como as outras cidades do Circuito das Águas, teve sua fase áurea como balneário na primeira metade do século XX. Era comum a visita de personalidades e importantes competições tiveram a cidade como palco. Muito desta época pode ser revivido num passeio pelo centro, com as construções ecléticas e portentosas dos antigos hotéis, alguns desativados.

 

O nome Cambuquira vem do tupi-guarani CAÀ-AMBYQUIRA, onde CAÀ significa folhas, plantas, mato e AMBYQUIRA (A-BY-QUIRA) brotado, grelado. Juntando-se os vocábulos chega-se à tradução "erva grelada", "mato grelado". Somente para ilustrar: o broto da aboboreira era um alimento muito apreciado e comercializado pelos primitivos habitantes da região.


Clique para ampliar - cópia proibida Parque das Águas.

Clique para ampliar - cópia proibida Vista geral da cidade.
 
Clique para ampliar - cópia proibida Praça de esportes.
 
 

Circuito das Águas



















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