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No caminho dos bandeirantes...

Texto e fotografia (exceto as creditadas): Marcelo JB Resende

Como aconteceu com várias cidades do sul de Minas, Carrancas surgiu no trajeto do Caminho Velho, que seguia para as minas do rio das Mortes e do rio das Velhas. Contudo o ouro não foi achado em abundância no povoado e a maior parte de seus habitantes se constituía de agricultores. João de Toledo Piza e Castelhanos, paulista de Taubaté, é considerado seu fundador.

Corria o ano de 1718 quando Piza fez o requerimento de confirmação de uma sesmaria no rio Grande. Sesmarias eram concessões de terra muito comuns na época, dando amplos poderes a seus detentores. Registros demonstram que o primeiro morador da cidade foi um bandeirante, Capitão Manoel Garcia Velho, que chegou à região em 1701. Carrancas foi um dos primeiros povoados da Comarca do Rio das Mortes. Em 1760 a sede da freguesia foi transferida para o Arraial de Santana das Lavras do Funil (atual Lavras, a 80 quilômetros), situação que persistiu até 1814.

 
Clique para ampliar - cópia proibidaSerra de Carrancas: mais uma muralha no caminho dos bandeirantes.

Clique para ampliar - cópia proibidaMarco da Estrada Real.

As sesmarias da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas foram se desmembrando com o passar do tempo e deram origem a várias cidades vizinhas. Naqueles tempos os povoados eram chamados de freguesias, que por sua vez eram áreas de jurisdição da igreja. O crescimento e importância econômica permitia que as freguesias fossem elevadas à condição de vila, a cidade da época. Os primeiros habitantes de Carrancas eram em sua maioria paulistas e portugueses da região do Minho e das ilhas dominadas por Portugal.

 

"... uma pequena aldeia situada numa encosta de colina, com umas vinte casas construídas em volta de uma praça coberta de grama."*

* Cientista e botânico francês Auguste de Saint-Hilaire, em sua segunda viagem a Minas, quando passou por Carrancas (1819-22)


Clique para ampliar - cópia proibidaParedão com pinturas rupestres.

Clique para ampliar - cópia proibidaIgreja de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas (primeira metade do séc. XVIII).
 

É justamente destas possessões portuguesas no Atlântico que nasceu uma história bem interessante: a das "Três Ilhoas". Eram três irmãs naturais da Ilha do Faial, Açores, que vieram para Minas na primeira metade do século XVIII. Vem delas a origem de famílias tradicionais do sul de Minas, como os Rezende, Carvalho, Ribeiro, Andrade, Junqueira, Ferreira, Guimarães etc. Consta que foi Júlia Maria da Caridade, uma das irmãs, a responsável pelas obras da Capela de Nossa Senhora da Conceição do Porto do Saco (atual distrito de Carrancas). A capela é um dos prédios mais antigos da cidade e sua construção foi motivada pela aparição de uma imagem, a qual julgaram ser de Nossa Senhora da Conceição, às margens do rio Grande.

 

Em 1949 Carrancas se emancipou de Lavras. A cidade foi um dos berços da indústria de laticínios no Brasil.


Clique para ampliar - cópia proibida Capela de N.Sra. da Conceição do Porto do Saco.

Clique para ampliar - cópia proibida Cachoeira do Luciano.
 
Clique para ampliar - cópia proibida Trilhas da região.
 
 

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