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Na paz ou na guerra...
Texto: Marcelo JB Resende
Fotografias (exceto as creditadas): Wabusca Fotos e Produções. Reprodução proibida.
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Itanhandu é um refúgio, seja em tempos de paz ou de guerra. O desafio de vencer as montanhas traz alento e segurança àqueles que conseguem transpor sua altivez. Foi assim com os primeiros bandeirantes que alcançaram Minas Gerais, o mesmo acontecendo aos tropeiros e intermináveis viajantes.
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Corria o final do século XVI quando foram ouvidos os primeiros passos dos exploradores europeus. Tudo era novo e desconhecido para esses homens rudes, que rasgavam impiedosamente a magnífica Mata Atlântica. Surgia o primeiro caminho ligando o litoral a uma terra rica em ouro e pedras preciosas, hoje chamada Minas Gerais.
O Caminho Velho passava por Itanhandu. Foi usado para escoar o ouro e outras riquezas de Minas para o porto de Paraty, no Rio de Janeiro. Já na primeira metade do século XVIII havia no local um pequeno povoado, cercado por algumas fazendas. Surgiria mais tarde um arraial, denominado Barra do Rio Verde. Foi-se o ouro - cujas minas estavam praticamente exauridas no final do século XVIII, mas o movimento nunca cessou. Mesmo o surgimento do Caminho Novo (passando pelas cidades de Petrópolis, Juiz de Fora e Barbacena) não diminuiu o trânsito. A velha estrada continuava sua história no vai-e-vem dos tropeiros que abasteciam o intenso comércio mineiro.
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A arquitetura imponente do início do séc. XX.
Vista de Itanhandu.
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Em 1884 a inauguração da Estrada de Ferro Minas-Rio, última grande obra do império, trouxe um novo impulso à região. Uma das estações ficava em Itanhandu e no seu entorno surgiram novas residências. A indústria floresceu, trazendo um desenvolvimento nunca visto. Naquela época era intensa a procura pelo poder curativo das fontes do "Circuito das Águas" (Caxambu, São Lourenço, Cambuquira e Lambari). O nome Itanhandu foi oficializado em 1904. Dezenove anos depois o local conquistaria sua independência administrativa.
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Vista aérea do centro da cidade.
Represa da antiga usina.
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Dois fatos históricos ficaram marcados na história de Itanhandu: a Revolução de 1930 e a de 1932. Ambas foram de curta duração, entretanto mudaram os rumos do país. A primeira deu o poder a Getúlio Vargas, candidato derrotado à presidência, alegando fraudes no processo eleitoral, dominado por velhas oligarquias. De São Paulo eclodiu o movimento de 32, exigindo o fim do governo provisório de Vargas e a convocação de novas eleições. Nos dois acontecimentos a cidade ficava exposta a conflitos armados entre Minas e São Paulo, em vista de sua posição estratégica de fronteira. Toda a população era retirada e as luzes apagadas à noite. Dos combates de 32 participou um jovem tenente médico, futuro governador de Minas e presidente do Brasil. Juscelino Kubitschek declararia mais tarde a amigos: "minha carreira política começou em Itanhandu".
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Cachoeira Vô Delfim.
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Vale do rio Verde.
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Rio Verde.
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Circuito Terras Altas da Mantiqueira
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