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O prazer da descoberta
Texto: Marcelo JB Resende e Lana Sassaki. Foto: Marcelo JB Resende. REPRODUÇÃO PROIBIDA.
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A "bandeira" paulista que primeiro chegou à região (1694) era comandada por Miguel Garcia. Passou por Itaverava, Lafaiete e se dividiu quando alcançou uma majestosa serra (1560m de altitude). O motivo pode ter sido um desentendimento entre seus integrantes. Manuel Camargo seguiu rumo ao nordeste, sentido vale do Tripuí, onde achou ouro escuro, chamado por isso "ouro preto". A cor se devia à presença de óxido de ferro, que escurecia os granetes.
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Miguel Garcia rumou para oeste, descendo um rio da serra. Lá ele encontrou ouro de cor amarela, ficando assim conhecido como branco, "ouro branco". Nascia o ciclo do ouro no arraial de Santo Antônio de Ouro Branco e data desta época a Matriz de Santo Antônio, construída no período de 1717 a 1779, consagrando-se como uma das mais antigas de Minas Gerais. Grande patrimônio histórico e religioso, a igreja passou por reformas introduzidas por Aleijadinho. Também recebeu o talento, retratado nas pinturas do mestre Manoel da Costa Ataíde. Apesar de ser um monumento de importância para a cidade, são poucas as informações e documentos existentes sobre a matriz.
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Casa de Tiradentes.
Ponte histórica na Estrada Real.
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O arraial ficava no trajeto da "Estrada Real" e viu de perto o desenrolar de importantes acontecimentos históricos de Minas. Nas margens do caminho, hoje uma rodovia asfaltada, fica um prédio conhecido "Casa de Tiradentes", que fazia parte da fazenda das Carreiras. O antigo casarão, construído em pedra e madeira de lei, serviu para hospedar ilustres visitantes. Há quem afirme que os inconfidentes se reuniram na "Casa de Tiradentes" por diversas vezes. Entretanto esta teoria gera controvérsia. O local era pouso de tropas, portanto pouco apropriado e discreto para reuniões em que se discutia a libertação do Brasil de Portugal.
O mais provável é que os inconfidentes se reuniam na Estalagem Varginha (município vizinho de Conselheiro Lafaiete). Tanto é assim que Tiradentes, depois de morto e esquartejado, teve sua perna direita pendurada numa gameleira, que existe até hoje ao lado das ruínas da antiga estalagem. Seja como for, a "Casa de Tiradentes" é um belo exemplar da singela arquitetura colonial brasileira e merece uma visita. O distrito de Carreiras, onde está a fazenda, recebeu este nome porque lá se fazia a troca de cavalos. Diz-se que era comum dar uma "carreira", ou seja, uma disparada, para ver se o animal era resistente.
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Igreja de Santo Antônio (distrito de Itatiaia), tombada pelo Patrimônio Histórico.
Serra de Itatiaia.
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Desde o fim do eldorado, a cidade já vivenciou vários ciclos econômicos. Devido a seu solo de terras arroxeadas, a região foi propícia para a vinicultura, chegando a sediar a Companhia de Vinhos Nacionais. No início do século XX, a cultura de batata tomou conta do local. Através da sociedade entre um comerciante português e outro de Ouro Preto, sementes eram importadas de Portugal. Na época, Ouro Branco chegou a se destacar como a maior produtora de batatas de Minas Gerais. Até os dias atuais o ciclo da batata ainda deixa vestígios. Há 18 anos a cidade comemora o "Festival da Batata", que acontece sempre durante a primeira semana de outubro e reúne cerca de 30 mil pessoas por dia.
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Em meados da década de 1970 começou um novo ciclo: o do aço. O surgimento da siderúrgica Açominas deu impulso ao município. Pessoas de diferentes partes do país desembarcaram em Ouro Branco, trazendo um desenvolvimento sem precedentes. Nascia uma nova cidade, planejada com amplas avenidas e dividida em setores.
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Serra de Ouro Branco, antigamente chamada de "Deus te Livre".
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Trecho original da Estrada Real.
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Cachoeira de Itatiaia.
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