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Primeira cidade planejada do Brasil

Texto: Marcelo JB Resende e Lana Sassaki. Fotos (exceto as creditadas): Marcelo JB Resende. Reprocução proibida.


Um projeto modernizador, arrojado, que rompesse radicalmente com o passado colonial. As aspirações da nova república inspiraram os contornos da futura capital de Minas. Isto na virada para o séc. XX. Um novo tempo nasceria junto com uma nova cidade, combinando a solidez natural das montanhas e a rigidez humana dos edifícios; a fluídez das paisagens mineiras e a leveza de parques e alamedas.


Clique para ampliar - cópia proibidaIgreja de São Francisco de Assis - Pampulha, obra de Niemeyer.  

O período de instalação e consolidação da Cidade de Belo Horizonte ocorreu entre 1894 e 1930. A "belle époque" européia colocava a França como modelo privilegiado do bom gosto, ostensivamente copiada nos mais diferentes aspectos (moda, costumes, arquitetura...). Enquanto a capital da república, Rio de Janeiro, era colocada abaixo para a reestruturação de seu centro urbano, Belo Horizonte já nascia transpirando contemporaneidade e ecletismo.

 

Desde sua inauguração, em 1897, passou a revelar motivos neoclássicos, neo-românicos e neogóticos. Aos elementos da arquitetura greco-romana foram incorporados modismos que caracterizaram a década de 20, como o primado geométrico do art-déco. A influência européia também pode ser percebida nos inúmeros espaços públicos e praças. Arquitetos franceses, mestres de obras e operários italianos representam boa parte da mão de obra que construiu a cidade.


O crescimento vertical de Beagá começou na década de 30, quando surgiram as primeiras firmas de concreto. A partir de 1935, em virtude das profundas mudanças vividas pelo Brasil, inclusive na política industrial, a cidade passou por um processo acelerado de desenvolvimento urbano. Não era mais possível conter a capital. Nesta época, as construções que sempre acompanhavam a Avenida do Contorno se tornaram mais dispersas do plano original.


Clique para ampliar - cópia proibidaCasa do Baile, na lagoa da Pampulha.  

O arquiteto italiano Raffaello Berti teve fundamental importância na arquitetura da cidade. Apesar de não poder assinar seus projetos, em decorrência da legislação que negava a autoria a profissionais estrangeiros, atribui-se a ele obras arquitetônicas como a Prefeitura Municipal, a sede do Minas Tênis e a Santa Casa de Misericórdia.


No início da década de 1940, o então Prefeito Juscelino Kubitschek trouxe a Belo Horizonte o urbanista francês Agache. O objetivo era urbanizar a região da Pampulha, com sua lagoa artificial. A confecção do conjunto arquitetônico contou com a participação do arquiteto Oscar Niemeyer, do paisagista Burle Marx, do pintor Cândido Portinari e dos escultores Alfredo Ceschiatti, Zamoiski e José Pedrosa. A Pampulha é considerada um marco da arquitetura moderna. Niemeyer e Belo Horizonte conseguiram projeção internacional a partir da construção do Conjunto Arquitetônico da Pampulha.



Clique para ampliar - cópia proibida Palácio da Liberdade, antiga sede do executivo, em estilo francês.

Clique para ampliar - cópia proibida Imponentes prédios da Praça da Liberdade.
 
Clique para ampliar - cópia proibida Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem.

Clique para ampliar - cópia proibida Nova Cidade Administrativa do Governo de Minas Gerais.
 
Clique para ampliar - cópia proibida Edifício Niemeyer, na Praça da Liberdade.
 
 

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