Fonte: INPE
 

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Passagem Obrigatória

Texto e fotografia (exceto as creditadas): Marcelo JB Resende


Na segunda metade do séc. XVII lendas douradas trouxeram à Minas muitos exploradores em busca de riqueza. Uma delas falava da misteriosa serra de Sabarabuçu, rica em ouro e pedras preciosas, e povoava o imaginário dos primeiros exploradores. Eles se armaram de ambição, coragem e muita crueldade.


Provavelmente alcançaram o Arraial dos Carijós (hoje Conselheiro Lafaiete) na segunda metade do séc. XVII. Em 1694 chegou a primeira "Bandeira" paulista que oficializou a existência do arraial. Faziam parte Manoel de Camargo, Bartolomeu Bueno de Siqueira e Miguel Garcia de Almeida. Sabarabuçu seria alcançada anos mais tarde, ao norte, mas o ouro foi sendo descoberto no caminho. As minas de Itaverava foram as pioneiras, vizinhas ao arraial. Era muito ouro...

 
Clique para ampliar - cópia proibidaGameleira que abrigou a perna decepada de Tiradentes - Cons.Lafaiete.

Clique para ampliar - cópia proibidaA histórica Estrada Real, hoje asfaltada, conduz os viajantes às belezas da região.

Um verdadeiro alvoroço tomou conta da região e não tardou para que a notícia chegasse ao Rio de Janeiro e São Paulo, trazendo levas de aventureiros. Serra de Ouro Branco, Catas Altas, Guarapiranga, Congonhas do Campo etc. Embora não possuísse minas auríferas, o Arraial dos Carijós logo se tornou um pouso obrigatório e entreposto. Sua colonização antecede a de Mariana e Ouro Preto. Em 1790 foi elevado à Villa Real de Queluz, se emancipando da Villa de São José Del'Rei (atual Tiradentes). Foi a décima a ser criada na província de Minas Gerais. As vilas eram as cidades da época. O nome foi inspirado no Palácio Real de Queluz, em Sintra, Portugal.

 

Em 1792 uma gameleira, a poucos quilômetros do centro da cidade, entraria para a história. Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), o mais famoso integrante da Inconfidência Mineira, foi enforcado no Rio de Janeiro. Teve seu corpo esquartejado e espalhado no percurso da Estrada Real, o mais movimentado caminho da Colônia. Sabe-se que a cabeça foi exposta numa gaiola em praça pública, no centro de Vila Rica. Uma de suas pernas, entretanto, encontrou na sombra da gameleira um abrigo. Há vestígios de uma construção ao lado dela e supõe-se que os inconfidentes também se reuniram lá, tramando a independência do Brasil. Daí a escolha do local pela Coroa Portuguesa, às margens da estrada. Era um recado para que ninguém ousasse enfrentá-la. Em janeiro de 2000 parte do tronco principal da árvore cedeu, mas ela continua viva, sendo uma testemunha de que sonhos podem se tornar realidade: o Brasil é hoje um país livre e soberano.


Clique para ampliar - cópia proibidaFazenda dos Macacos, onde nasceu Lafayette Rodrigues Pereira.

Clique para ampliar - cópia proibidaMuseu Antônio Perdigão.
 

Cinquenta anos depois o Brasil já era independente. Aconteceria na vila outro fato importante, uma batalha envolvendo as tropas do império e as forças liberais, insatisfeitas com os rumos do país. Os liberais lutavam contra a oligarquia conservadora que dominava o poder. A Revolução Liberal de São Paulo e Minas Gerais se iniciou em Sorocaba (SP) e foi sufocada em Santa Luzia (MG). A batalha de Queluz foi uma das poucas vencidas pelos rebeldes, que chegaram a instituir no local um governo provincial interino.

 

Lafaiete recebeu seu nome atual em 1934. É uma homenagem a Lafayette Rodrigues Pereira, nascido na Fazenda dos Macacos, em Queluz. Filho ilustre, exerceu a presidência do Ceará (1864-65) e a do Maranhão (1865-66). Foi ministro (1883) e um dos mais importantes conselheiros do Imperador D.PedroII. Eleito em maio de 1909 para a Cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Machado de Assis. Morreu em 1917, no Rio de Janeiro.


A cidade possui uma das maiores jazidas de manganês do estado. Esta parece ser a sina de Minas, viver das reservas minerais de suas montanhas. O turismo abre uma nova perspectiva de desenvolvimento.

 

História de Conselheiro Lafaiete.

 

Os Carijós

Há várias versões que buscam uma explicação para o nome Carijós. A mais aceita diz que a palavra era usada pelos portugueses para designar os índios em geral. Os carijós seriam resultantes da mistura dos índios goiases e caribas, do extremo norte do país. Chegaram a ocupar uma vasta área e foram empurrados para o sul pela colonização. Outra versão diz que carijó era o mesmo que caboclo, fruto da miscigenação entre brancos e índios. Nada impede que as duas explicações sejam verdadeiras. O fato é que, pelo menos na região de Lafaiete, os Carijós deixaram poucos vestígios de sua existência.



Clique para ampliar - cópia proibida Praça da Matriz (1940).

Clique para ampliar - cópia proibida Casa da Cultura.
 
Clique para ampliar - cópia proibida Chafariz (1881).
 
 

Circuito Villas e Fazendas de Minas



















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