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A Saga dos Bandeirantes
Texto e fotografia (exceto as creditadas): Marcelo JB de Resende. REPRODUÇÃO PROIBIDA.
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Tão logo os portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, tímidas expedições começaram a explorar o território. Já em 1503 Américo Vespúcio organizou a primeira incursão conhecida, partindo da cidade de Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro. Várias outras se sucederam, aumentando a frequência no decorrer dos tempos. Não se sabe ao certo quando os primeiros exploradores alcançaram a região de Sabará. Segundo o historiador Zoroastro Viana Passos, esta data teria sido 1550 ou até antes.
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Muitos foram os personagens na corrida pelas riquezas que os rincões do Brasil escondiam: expedição ordenada por Martim Afonso de Souza (1531), Vasco Rodrigues (1561), Sebastião Fernandes Tourinho (1572), Antônio Dias Cardoso (1574), André de Leão (1601), Marcos de Azeredo (1646)... A "bandeira" organizada por Fernão Dias partiu de São Paulo em 1674 e tinha como finalidade alcançar Sabarabuçu, o eldorado. Fernão Dias morreu em 1681, nas proximidades de Caeté, cidade vizinha. Seu genro, Borba Gato, continuaria seu trabalho e se tornaria uma das figuras mais importantes da história de Sabará e da descoberta do ouro em Minas Gerais.
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Matriz N.Sra. da Conceição (início do séc. XVIII).
Museu do Ouro, construção do séc. XVIII.
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As incursões seguiam a orientação dos índios, grandes conhecedores dos recantos brasileiros. Eles contavam sobre uma terra distante, rica em pedras preciosas e ouro. A mais fabulosa serra estava lá, em algum lugar, e chamava Sabarabuçu. Era ela a maior justificativa para o imenso sacrifício de desbravar a natureza hostil. Mais que orientadores, os índios transportavam cargas e serviam de interlocutores entre os exploradores e as várias tribos encontradas no caminho.
Embora fracassada em seu objetivo específico, encontrar grandes veios de ouro e pedras preciosas, a "bandeira" de Fernão Dias foi importantíssima, pois criou pousos e revelou grande parte do imenso território de Minas. Seu trabalho possibilitou que as riquezas enfim fossem descobertas poucos anos depois, trazendo levas de trabalhadores à região.
Há indícios de que Borba Gato, quando chegou a Sabará, assistiu uma missa numa pequena capela existente. Segundo os historiadores, o capitão Matias Cardoso de Albuquerque teria atingido as margens do rio das Velhas anteriormente, uma vez que era líder da equipe de Vanguarda da Bandeira das Esmeraldas. Tinha como objetivo abrir caminho e preparar terreno para os demais exploradores do grupo. Cardoso de Albuquerque chegou a uma encosta fértil, abastecida por fontes de água pura.
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Igreja N. Sra. do Ó.
O histórico rio Sabará.
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O lugar, batizado Roça Grande, se tornou pouso obrigatório na travessia para o sertão. é um dos mais antigos de Minas Gerais e tem importância indiscutível no surgimento de Sabará. Coube a denominação de arraial de Santo Antônio do Bom Retiro da Roça Grande até ser instituída a freguesia em 1707. O patrimônio foi doado por Manoel de Borba Gato.
A abundância de ouro alimentou a ganância e consequentemente gerou muitos conflitos. As densas florestas forneciam madeira para a construção de igrejas, sobrados, pontes... Os espaços abertos na mata se transformavam em lavouras diversas. Já em 1702 o arraial da Barra do Sabará, próximo à Roça Grande, era um movimentado centro de comércio de gado, cavalos, escravos e mantimentos, além de ser o mais populoso das Minas Gerais.
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Os imigrantes que chegavam iam se estabelecendo por toda parte, formando novos povoados, dentre eles o arraial do Pompéu e o arraial do Raposo. Este último foi desmembrado em três freguesias: Santo Antônio do Rio Acima, Rio das Pedras e Congonhas do Sabará (hoje município de Nova Lima). A prosperidade fez com que o arraial de Sabará fosse elevado à Villa Real em 1711, absorvendo muitos arraiais vizinhos. A Comarca do Rio das Velhas foi instalada em 1714, com sede na vila. Sua imensa área fazia limite com Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Goiás. A posição estratégica fez da Villa Real do Sabará "o mais importante empório comercial de Minas Gerais no séc. XVIII e em mais da metade do séc.XIX". Além disso, era o maior centro de ourivesaria do Brasil, possuindo o melhor artesanato não só de alfaias sacras, como de jóias de todo gênero".
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Interior da igreja N. Sra. do Ó.
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Prefeitura municipal.
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Igreja de San'Ana.
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