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Voltando ao tempo do ouro...
Texto e fotografia (exceto as creditadas): Marcelo JB de Resende. REPRODUÇÃO PROIBIDA.
Sabará é uma das mais antigas cidades de Minas. Em suas ruas está escrita uma rica história, do tempo em que a ambição era a lei e o ouro a maior das conquistas. O centro histórico concentra grande parte deste acervo e pode ser visitado a pé. A cada esquina surpresas vão revelando os mistérios de Sabará, impressionando turistas e estudiosos.
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Atlante - umas das obras-primas de Aleijadinho (Igreja de N.Sra. do Carmo).
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Um passeio por Sabará tem como ponto de partida a rua D.Pedro II, bem no centro. O casario dá as boas vindas com seu estilo simples e colorido. A antiga rua Direita conserva sobrados e casarões do século XVIII, como o Solar do Padre Corrêa (1773), a Casa Azul e o prédio da Biblioteca Pública Municipal. Na rua se localiza também o Teatro Municipal, o segundo mais antigo do Brasil, ficando atrás apenas da Casa da Ópera de Vila Rica (atual Ouro Preto). Sua linha arquitetônica segue o estilo inglês da época da rainha Elizabeth I. Dentre os frequentadores ilustres que estiveram no teatro, ainda em atividade, estão os imperadores D.Pedro I e D.Pedro II.
Na parte alta da rua D.Pedro II está a praça Melo Viana, com a igreja e chafariz do Rosário. Proibidos de assistirem a missa na Matriz, os negros começaram a construir, em 1768, a igreja do Rosário. O imponente prédio, todo em pedra, não pôde ser concluído, devido à decadência das minas de ouro. Mesmo inacabada sua fachada é o testemunho da força e da fé do homem negro na história de Minas Gerais. O chafariz do Rosário (1752), bem ao lado da igreja, é considerado o mais belo de Sabará. Possuía em seu frontão as armas portuguesas, que foram arrancadas por ocasião da Independência do Brasil, em 1822. Tem detalhes em pedra-sabão muito semelhantes ao estilo arquitetônico da igreja da Ordem Terceira do Carmo.
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Partindo da praça Melo Viana duas opções se apresentam: descer até o chafariz do Kaquende ou seguir para a igreja do Carmo. No primeiro trajeto não deixe de visitar também o chafariz Corte Real (1809) e a igreja São Francisco de Assis (final do século XVIII). O chafariz do Kaquende é um dos mais conhecidos de Minas e data de 1757. Um costume local diz que quem bebe de suas águas sempre volta a Sabará. Parte das lendas sobre o chafariz se deve ao fato de sua água manter praticamente a mesma temperatura durante todo o ano, independente do clima. Assim como aconteceu com o chafariz do Rosário, teve as armas portuguesas arrancadas em virtude da Independência.
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Altar igreja N. Sra. do Carmo.
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Na direção oposta ao Kaquende, seguindo pela rua Borba Gato, chega-se a uma antiga construção batizada com o nome do famoso bandeirante. O sobrado serviu como residência, hospedaria e escola de "primeiras letras". Fundado pelo professor Herculino Carlos do Couto Lima, o colégio teve alunos famosos, como o presidente de Minas e vice-presidente do Brasil, Fernando de Melo Viana. Apesar do nome é muito provável que Borba Gato nunca tenha residido no sobrado.
Igreja N.Sra. das Mercês, capela do Pilar, igreja N.Sra. do Carmo, Museu do Ouro e matriz N.Sra. da Conceição completam o circuito pelo centro histórico de Sabará. Antiga Casa de Intendência e Fundição, o Museu do Ouro é um belo e autêntico exemplar da arquitetura colonial do século XVIII. Ao entrar no museu o visitante tem a sensação exata de como era a vida dos mineiros naqueles tempos, da engenharia rústica aos utensílios e mobiliário. Outro passeio imperdível leva à igreja N.Sra. do Carmo, que guarda um fabuloso acervo barroco. Erguida em 1763 pela Ordem Terceira do Carmo de Sabará, o templo é ricamente adornado por esculturas e pinturas. Nomes como Thiago Moreira, Francisco Vieira Servas, Joaquim Gonçalves Rocha e Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho) emprestaram seu talento para a confecção de verdadeiras obras de arte.
As atrações não se restringem apenas ao centro histórico da cidade. Os distritos de Ravena, Mestre Caetano e o Arraial Velho de Sant'Ana conservam relíquias em forma de igrejas, de grande importância histórica, herança da fase áurea do barroco mineiro. A formação cultural e histórica de Sabará tem no arraial de Sant'Ana um de seus núcleos pioneiros. Ali também funcionou um colégio fundado por Caetano Azevedo no final do século XIX, responsável pela formação de homens que tiveram expressiva participação no cenário político do Brasil. Para maiores informações consultar "lista de atrações".
No bairro Siderúrgica está o cartão-postal de Sabará, um dos mais importantes monumentos da fé erguidos no Brasil, conhecido no mundo inteiro. A igreja de N.Sra. do ó data de 1717 e homenageia N.Sra.da Expectação do Parto. A festa para a santa era comemorada na semana que antecede o Natal e os cânticos das ladainhas repetiam a cada dia sete versículos, sempre precedidos por um Ó!. Daí o nome: nada mais sugestivo. é exatamente esta a exclamação de quem visita a igrejinha, dada a sua singeleza e magnífico esplendor. Sabará é aliás, por si só, uma grande interjeição, uma homenagem ao que há de mais belo.
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Capela N. Sra. do Ó.
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Distrito de Mestre Caetano (Pompéu).
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Igreja N. Sra. do Rosário.
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Chafariz do Rosário.
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Teatro municipal.
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